Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os procuradores da República podem seguir a iniciativa dos juízes federais, paralisando as atividades por um dia, para cobrar, entre outras demandas, o reajuste do subsídio da categoria. A intenção foi revelada ontem (27) pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antônio Carlos Bigonha, durante ato de paralisação da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
No evento que reuniu cerca de 200 juízes, Bigonha se mostrou solidário à causa da Ajufe e afirmou: “Deveremos paralisar [as atividades] também nos próximos dias”. Atualmente, a ANPR reúne quase todos os procuradores do país em seu quadro associativo: 1.099 de um total de 1.110.
Bigonha afirmou hoje (28), por meio de sua assessoria, que realmente há grande insatisfação da categoria, especialmente em relação à defasagem do subsídio. Ele lembrou que, desde 2007, o governo diz não ter orçamento para o reajuste de vencimentos, embora tenha aumentado o salário de todos os seus quadros por meio de medidas provisórias. Também criticou o fato de o governo ter prometido negociar o reajuste este ano e não ter promovido o diálogo em torno da questão.
Apesar de a declaração de ontem sugerir um caráter imediato à paralisação dos procuradores, a assessoria da ANPR afirmou que não há data certa para que isso ocorra. A ideia da entidade é fazer consultas, em assembleias regionais, com os procuradores e, só depois, decidir se haverá paralisação e quando ela ocorrerá na possibilidade de ser aprovada.
A ANPR muda de comando no dia 12 de maio. Assumirá o atual chefe da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, Alexandre Camanho, que já demonstrou insatisfação com a falta de reajuste do subsídio.
Edição: Lana Cristina