Forsoft 2011 abre inscrição para formação profissional de jovens de comunidades pobres

25/04/2011 - 19h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As empresas que desejarem ser madrinhas de jovens de comunidades pobres têm até 15 de maio para se inscrever no curso gratuito de formação profissional de programadores em software (programas de computador) Forsoft Rio. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do programa de promoção da excelência do software brasileiro Softex, a prefeitura do Rio de Janeiro e a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet regional Rio (Assespro-RJ).

O coordenador-geral do projeto, Ricardo Saur, disse hoje (25) à Agência Brasil que o novo Forsoft 2011 vem com a experiência dos erros e acertos do curso que foi lançado de forma experimental há cinco anos, por iniciativa do então ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, com a ideia de ser um modelo nacional de aprendizagem.

A proposta foi levada ao governo à época pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que se incumbiu do gerenciamento do projeto até o ano passado. Os investimentos envolvendo recursos públicos e privados somaram R$ 8 milhões. No Forsoft 2011, a gestão passa a ser feita pela Assespro-RJ.

Saur disse que um dos erros contornados foi a adoção apenas do ensino a distância. A nova metodologia, já testada no Forsoft 2010, mescla aulas presenciais, com professores de tecnologia da informação (TI) em sala, com aulas virtuais.

A presença de monitores durante as quatro horas de aula diárias que são ministradas de segunda a sexta-feira, totalizando 20 horas por semana, foi, na opinião de Saur, o elemento importante para os ganhos em termos de aprendizado. “O aprendizado foi lá para cima”, disse. Ele afirmou ainda que uma frustração da primeira edição do Forsoft foi suprida agora: os futuros programadores vão receber aulas de inglês técnico. “É fundamental noções de inglês para um bom programador”.

Um acerto incorporado desde o início do projeto foi a obrigatoriedade, pelas empresas madrinhas, de recrutamento dos alunos ao fim do curso, afirmou. Ele também destacou a evolução do material de ensino para a melhor qualidade do aprendizado . “Outra coisa interessante foi o material desenvolvido. Esse foi um grande sucesso”, disse.

A gestão do modelo levou os organizadores a aprender o que fazer e o que não deveria ter continuidade. Outra descoberta foi que o curso em comunidades pobres não poderia ultrapassar a duração de seis meses, em função do elevado índice de evasão. “Curso de um ano em comunidade carente é um risco, porque a evasão é muito alta”, disse.

O material a ser usado no Forsoft 2011 é propriedade do MCT. O projeto é direcionado para alunos de nível médio que tenham concluído o curso ou estejam no último ano. Os alunos poderão se inscrever no portal da prefeitura carioca, em data ainda a ser anunciada. A edição do ano passado teve 90 vagas, com três turmas de 30 alunos. O número de inscrições chegou a mil estudantes. O Forsoft 2010 formou 62 programadores, dos quais mais da metade foram contratados. “As oito empresas que foram as madrinhas querem repetir [a participação] este ano”.

Ricardo Saur disse que a meta, em 2011, é atender 150 alunos. O Forsoft contribui para diminuir o problema de escassez de mão de obra para o setor de TI no país, na medida em que apresenta um novo modelo de capacitação. “O cara que entra no curso já entra competindo por um lugar na empresa”. A participação gera também benefícios para a sociedade. “Você vê como aquilo mexe com a vida deles [alunos, da comunidade, da família”.

Saur enumerou, entre as principais vantagens para as empresas da contratação de alunos do Forsoft, o empenho do futuro programador e a qualidade do ensino. “A média de comparecimento é 94% por hora de aula”. O Forsoft 2011 começará no dia 13 de junho e vai até 15 de dezembro.

 

Edição: Aécio Amado