Da Agência Lusa
Brasília - O papa Bento XVI afirmou hoje, na tradicional mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, que a "diplomacia e o diálogo devem tomar o lugar das armas" na Líbia. "Que na Líbia a diplomacia e o diálogo tomem o lugar das armas e que seja facilitado, na atual situação de conflito, o acesso à ajuda humanitária a todos os que sofrem as consequências dos confrontos", afirmou o pontífice.
O papa abordou também a situação no Oriente Médio, apelando para que a "luz da paz e da dignidade humana supere as trevas da divisão, do ódio e da violência".
Bento XVI sublinhou o papel da juventude na construção de uma democracia tolerante, exortando os jovens dos países do Norte da África e do Oriente Médio a trabalhar para a promoção do bem comum e de sociedades onde "a pobreza seja vencida e onde as escolhas políticas sejam inspiradas no respeito pela pessoa humana".
Na mensagem, perante milhares de fiéis que foram à Praça de São Pedro, no centro do Vaticano, Bento XVI apelou também a todos os países para que manifestem solidariedade e "abram o coração ao acolhimento" dos "numerosos exilados e refugiados provenientes da África".
"Que se manifeste aos numerosos exilados e refugiados provenientes de diferentes países africanos a solidariedade de todos", disse Bento XVI, que pronunciou a benção Urbi et Orbi em 65 línguas.
As revoluções na Tunísia e no Egito e a guerra na Líbia estão levando milhares de pessoas a atravessar o Mar Mediterrâneo em direção à Europa, na maioria das vezes, arriscando a vida a bordo de balsas frágeis.
Na Europa, a chegada dos refugiados está suscitando um forte debate em países como a França sobre os acordos de livre circulação nos países da União Europeia.
O conflito na Líbia provocou a fuga de 550 mil pessoas para países vizinho como Tunísia, Egito e Niger, segundo estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.