Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério da Pesca e Aquicultura vai decidir sobre a área para o primeiro terminal pesqueiro público do Rio de Janeiro até o fim do primeiro semestre deste ano. Em entrevista à Agência Brasil, o superintendente federal do Ministério no Rio, Jayme Tavares Filho, informou que os locais estudados estão todos localizados ao longo da Baía de Guanabara.
“Existe um possível local no Caju [zona portuária] e em Niterói. E até o fim do primeiro semestre estimamos que a gente já tenha o local para implementar essa obra que é prioritária para o governo federal na área da pesca”, disse.
No ano passado, houve polêmica em torno do projeto do terminal que havia sido escolhido pelo Ministério para se instalar na Ilha do Governador, ao lado do Aeroporto Internacional do Galeão, às margens da Baía de Guanabara. A prefeitura não concedeu autorização para a construção do terminal devido à resistência da Associação dos Moradores da Ilha e à proximidade com o aeroporto, que atrairia aves, causando risco ao tráfego aéreo.
Jayme explicou que a demora na escolha do terreno deveu-se, sobretudo, ao fato da Baía de Guanabara estar extensamente ocupada por atividades voltadas para o petróleo e a construção naval. “A área para pesca ficou muito excluída. Por isso se não for possível conseguir um terreno generoso em tamanho, a alternativa é construir vários pontos de descarga certificados e concentrar a comercialização num Ceasa, porém muito melhor do que o que existe hoje”.
No entanto, para o superintendente o ideal é criar um terminal completo que inclua descarga e comercialização num mesmo espaço.
O terminal pesqueiro e entrepostos de pesca vão propiciar, segundo ele, um peixe mais fresco e mais barato. “A ideia é acabar com os atravessadores que fazem o transporte nos pontos de descarga até os pontos de venda, além dos pontos de descarga clandestinos. Com a implementação dos terminais e dos entrepostos, o peixe não vai ficar mais passando de mão em mão, e encarecendo a cada atravessador”, disse.
Jayme explicou que há ocasiões em que o pescador entrega o peixe a R$ 3 o quilo e chega na feira a R$ 12, porque rodou muito de mão em mão.
“Com o terminal, todo o pescado que for descarregado vai ficar conservado em gelo, com asseio, certificação, dentro dos padrões de qualidade e higiene, e dali ele já vai para o ponto de venda”.
No Brasil existem cerca de 20 projetos para terminais, sendo que alguns já estão prontos como os de Laguna, em Santa Catarina; Santos, em São Paulo, e Cabedeiro, na Paraíba.
Edição: Fernando Fraga