Da BBC Brasil

Brasília - O governo do Japão anunciou hoje (22) um orçamento emergencial de cerca de US$ 50 bilhões para a primeira fase de recuperação das áreas destruídas no Nordeste do país pelo terremoto e tsunami do dia 11 de março. A verba deve ser usada no começo de maio, mas ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento, cuja votação deve ocorrer ainda no final deste mês.

“Este é o primeiro passo para o novo começo do Japão”, disse o ministro de Finanças do Japão, Yoshihiko Noda. Segundo ele, o dinheiro será usado para construção de casas temporárias, limpeza dos escombros, restauração da infraestrutura, reconstrução de estradas e portos e empréstimos relacionados ao desastre.

O Japão enfrenta sua pior crise pós-guerra e, segundo cálculos do governo, a tragédia deve custar aos cofres públicos pouco mais de US$ 300 bilhões. Por isso, uma série de orçamentos extras deve ser anunciada em breve pelo governo japonês. O valor supera o montante gasto na reconstrução da cidade de Kobe, destruída por um terremoto em 1995.

O ministro Noda reforçou que o governo vai manter a política de disciplina fiscal. O país tem hoje uma dívida pública que ultrapassa o dobro do Produto Interno Bruto (PIB), a maior de um país industrializado.

A maior parte do novo orçamento, segundo explicou o ministro, virá de cortes em recursos alocados para ajuda ao desenvolvimento exterior, das contribuições públicas ao programa básico de Previdência e do projeto de ajuda financeira às famílias com crianças.

A preocupação da população local é como o governo vai pagar a conta. As autoridades garantiram que não há previsão de emissão de novos bônus ou empréstimo de dinheiro para financiar o orçamento emergencial.

Paralelalmente, as autoridades japonesas determinaram a imposição de uma zona de exclusão em torno da Usina de Fukushima, que passará a incluir algumas vilas que estão fora do raio de 20 quilômetros ao seu redor.