Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um tremor de 7,1 graus de magnitude na escala Richter atingiu hoje (11) a província de Fukushima, no Nordeste do Japão, exatamente um mês depois do pior terremoto seguido de tsunami, registrado no país, ter causado milhares de vítimas. O alerta de tsunami de até um metro emitido pela Agência Meteorológica do Japão já foi suspenso.
As informações são da BBC Brasil e das agências públicas de notícias do Japão, NHK, e de Portugal, a Lusa. Pelos dados oficiais a tragédia ocorrida há um mês provocou 13.014 mortos, 15 mil desaparecidos, 151.150 desabrigados e 170 mil refugiados.
Na província de Fukushima está localizada a usina de mesmo nome e que no mês passado registrou explosões e vazamentos radioativos. A Tokyo Electric Power Company, que administra a usina, ainda se esforça para restaurar os sistemas de refrigeração dos reatores. Porém, ainda ocorre liberação de substâncias radioativas no ar e mar.
Mas hoje a empresa que controla a usina comunicou que não há relatos de danos de estrutura causados pelos novos tremores.
O novo terremoto ocorreu às 17h16 (hora local), poucas horas depois de o Japão marcar um mês da tragédia de 11 de março com um minuto de silêncio. Sobreviventes da tragédia que estão alojados em abrigos improvisados marcaram o momento que o terremoto abalou o Japão, às 14h46 do horário local (2h46 de Brasília), com as cabeças baixas e mantendo silêncio por um minuto.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, agradeceu às pessoas em todo o mundo pelo apoio. Em uma carta aberta, enviada a sete jornais internacionais, Kan afirmou que o apoio ofereceu esperança e despertou coragem em um momento de desespero.
''Por meio de nossos esforços e com a ajuda da comunidade global, o Japão irá se recuperar e regressará ainda mais forte. Nós iremos retribuir a sua generosa ajuda'', disse Kan. ''Com isso nos nossos corações, agora estamos juntos, dedicados à reconstrução da nação.''
Ao percorrer regiões atingidas pelos desastres no domingo, Kan prometeu fazer o possível para ajudar as comunidades. Um mês depois, vidas e paisagens ainda estão em caos no Nordeste do Japão. ''O governo depositará todo o seu esforço para trabalhar com vocês. Nós nunca o abandonaremos'', disse o primeiro-ministro.
O secretário-chefe do gabinete do governo do Japão, Yukio Edano, afirmou que avanços têm sido feitos no sentido de manter a usina sob controle. ''A possibilidade de que a situação da usina nuclear se deteriore e possa provocar um grande vazamento de materiais radiativos está diminuindo cada vez mais'', disse Edano.
Mas hoje Edano pediu que moradores de outras cinco comunidades em uma área situada a 40 quilômetros da usina nuclear deixem a área em, no máximo, um mês. Edano disse não se tratar de uma emergência, mas acrescentou que elevados níveis de radiação foram detectados em algumas áreas e acrescentou que há riscos de longo prazo para a saúde, caso a crise com a usina se prolongue.
Edição: Talita Cavalcante