Vitor Abdala*
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro apresentou hoje (9) dois suspeitos de venderem uma arma ao atirador Wellington de Oliveira, que invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, matou 12 crianças e feriu outros estudantes na última quinta-feira (7). Os dois moram em Sepetiba, bairro da zona oeste onde também residia Wellington, e foram presos pela Polícia Militar na noite de ontem (8).
Um dos acusados é Charleston Souza de Lucena, chaveiro que prestou um serviço de troca de fechadura para Wellington quando ele se mudou para Sepetiba. Segundo a polícia, Wellington teria perguntado ao chaveiro se ele conhecia algum comerciante de armas e Charleston, por sua vez, teria recorrido a Isaías de Souza para comprar o revólver calibre 32 usado no massacre da escola.
De acordo com a polícia, eles teriam cobrado R$ 260 pelo revólver calibre 32. Tanto Charleston quanto Isaías já tem passagens pela polícia por crimes como lesão e ameaça, e tiveram sua prisão preventiva decretada pela Justiça na madrugada de hoje por venda ilegal de arma.
Os dois disseram à polícia que jamais teriam vendido a arma se soubessem que ela teria sido usada nesse crime. Isaías de Souza disse ter seis filhos e quatro enteados. O outro suspeito, Charleston de Souza Lucena, afirmou ter três filhos.
A polícia ainda não conseguiu identificar a origem do revólver calibre 38, também usado por Wellington de Oliveira nos assassinatos. A arma está com a numeração raspada, o que dificulta seu rastreamento. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios, que investiga o massacre na escola, Felipe Ettore, a polícia continuará tentando identificar a origem dessa arma.
Ettore disse que não haverá necessidade de fazer reconstituição do crime. Os policiais ainda estão tentando traçar o perfil psicológico de Wellington de Oliveira para fechar a investigação.
* A matéria foi ampliada às 12h35 // Edição: Lílian Beraldo