Distribuidor defende maior interação entre os envolvidos na cadeia cinematográfica nacional

09/04/2011 - 14h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores Independentes (Abradi), Bruno Wainer, descartou que a área de distribuição seja o “calcanhar de Aquiles” do cinema brasileiro. “Não há nenhum problema de distribuição de filme brasileiro se as pessoas entenderem qual é a função do distribuidor."

Segundo Wainer, a função principal do distribuidor é escolher os filmes e avaliar o potencial daqueles filmes no mercado. " Todo filme brasileiro que tem potencial de chegar ao público encontrou um distribuidor, encontrou o circuito exibidor e encontrou o público."

Ele defendeu que haja uma maior interação entre todos os envolvidos na cadeia cinematográfica. Os filmes que são feitos sem uma relação com o distribuidor desde o início dificilmente terão chance no mercado quando ficarem prontos, explicou Wainer. “O distribuidor só vai colocar esse filme no mercado se o produtor, por acaso, acertou em cheio."

A parceria deve ser estabelecida desde o início do processo. Para Wainer, o nascimento de um sucesso cinematográfico pode vir de uma proposta do produtor, do distribuidor ou do diretor. “Um distribuidor só vai se remunerar com o resultado comercial do filme. O mesmo não ocorre em relação ao produtor, que se remunera desde o início do projeto."

A discussão, segundo o presidente da Abradi, está deslocada. “Eu acho que o problema do filme que não alcança sucesso é do próprio filme." Segundo Wainer, nos 20 anos em que atua como distribuidor não viu nenhum filme nacional de qualidade e com potencial que não tenha encontrado um distribuidor disposto a fechar parceria ou um circuito exibidor correspondente.

Edição: Andréa Quintiere