Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A facilidade com que um homem entrou na manhã de hoje (7) na escola Tasso da Silveira, em Realengo, e atirou em alunos – deixando pelo menos 15 feridos – causou indignação e medo em professores de escolas públicas do Rio.
A professora Vanessa Duarte, orientadora do programa de jovens e adultos na mesma escola no turno da noite, disse que levou um susto com a notícia. “O sistema de segurança da escola é super-rigoroso, tem segurança, câmera nos corredores, sistema interno de TV. Todos precisam passar por três portões fechados. Estou até assustada, não sei como esse homem conseguiu entrar e depois sair.”
Outra professora de escola pública e moradora de Realengo que preferiu não se identificar saiu do trabalho e voltou imediatamente para casa ao ouvir a notícia. “Meu marido contou que foi grande o tiroteio e que ele chegou a pensar que fosse briga de traficantes na comunidade Nogueira de Sá, que fica ali perto. Ele correu para buscar meu filho que estuda numa escola próxima à Tasso da Silveira.”
Ela disse que o incidente deixou-a apreensiva, pois a escola onde trabalha vive aberta e não tem qualquer sistema de segurança. “Trabalho numa escola municipal em Campo Grande, ao lado de uma comunidade com tráfico de drogas e armas. Se isso aconteceu na escola que tem um ótimo sistema de segurança, imagino que seria muito pior se tivesse sido na minha escola”, disse.
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, que está em Washington, cancelou seus compromissos no exterior assim que soube do episódio e deve retornar hoje ao Brasil. Ela estava na capital norte-americana para uma palestra e para negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visando à obtenção de recursos para melhoria das escolas públicas do município do Rio de Janeiro.
Edição: Lílian Beraldo