Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O adiamento do leilão do trem de alta velocidade, anunciado hoje (7), não deverá prejudicar os planos do empreendimento ficar pronto para os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, a agência vai tentar recuperar o tempo perdido com o adiamento com a aceleração dos estudos ambientais do projeto e início do processo de desapropriação.
O prazo para a conclusão das obras é seis anos, a partir do início, que está previsto para o segundo semestre do ano que vem. Mas, segundo Figueiredo, o governo vai articular com os empreendedores a antecipação do término das obras.
“O projeto não foi concebido com base nos grandes eventos, mas entendemos e achamos que o investidor também entenderá, que é um marco importante ter o projeto pronto para as Olimpíadas. No que depender do nosso trabalho e da nossa articulação com os empreendedores, vamos tentar antecipar essa obra o máximo possível”.
A licitação, prevista inicialmente para acontecer no dia 16 de dezembro, já havia sido transferida para 29 de abril. Segundo Figueiredo, o adiamento anunciado hoje atende ao pedido das empresas interessadas em participar do leilão para que possam fechar os acordos comerciais e financeiros. Apesar da mudança na data do leilão, o governo decidiu não mexer no modelo do empreendimento.
O trem de alta velocidade, que vai ligar as cidades de Campinas, São Paulo e do Rio de Janeiro, tem um custo estimado em R$ 33 bilhões. Cerca de R$ 20 bilhões serão financiados por meio de uma linha de crédito especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 3 bilhões virão governo para desapropriações e compensações ambientais. Mais R$ 10 bilhões serão aportados pelos próprios investidores.
Figueiredo disse que grandes empresas de construção civil do Brasil, como Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS já manifestaram interesse em participar do leilão, assim como grupos detentores de tecnologias da França, Alemanha, Espanha, Coreia e do Japão.
Edição: Aécio Amado