Da Agência Brasil
Brasília – Depois de oito horas de sessão, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) suspendeu o julgamento do caso que envolve o ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra e da promotora Deborah Guerner em esquemas de corrupção deflagrados pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
Agora, o caso deve ser novamente avaliado no dia 17 de maio. Hoje (6), foram adiantados dois votos, dos conselheiros Almino Afonso e Bruno Dantas. Eles acataram integralmente o voto do relator Luiz Moreira, que condena os envolvidos no processo administrativo disciplinar em questão. Moreira voltou pela demissão de Bandarra e Deborah Guerner, por considerar que os dois incorreram em violação de sigilo criminal, recebimento de propina e extorsão.
Na discussão, o relator comentou que o advogado de Deborah Guerner, Pedro Paulo Guerra de Medeiros, criou situações para manipular o resultado do exame da condição de saúde mental de sua cliente, que, no entanto, foi considerado normal. “A declaração de Deborah foi teatral, infantil e manipuladora e não foi convincente para a defesa”, disse o relator, que pediu a aplicação de penas de suspensão para ambos. Deborah teve um ataque histérico durante o julgamento.
O desequilíbrio emocional foi apresentado pela defesa da promotora como um dos argumentos para pedir a suspensão do julgamento no CNMP. Seus advogados alegaram que ela é "incapacitada para o serviço público".
No início da manhã, após o voto do relator, os advogados de defesa contestaram a decisão do relator e alegaram que nem todas as provas foram examinadas. Segundo o advogado de Bandarra, César Bittencourt, entre as provas que não foram consideradas, está o depoimento do ex-governador José Roberto Arruda, que é um dos envolvidos no esquema de corrupção, deflagrado em 2009.
Por unanimidade, o plenário rejeitou todas os argumentos preliminares levantados pela defesa. Ainda faltam votar oito conselheiros.
Edição: Lana Cristina