Da BBC Brasil
Brasília – Forças de segurança sírias abriram fogo contra manifestantes que realizavam protestos antigoverno nesta sexta-feira (1º) na capital Damasco, matando pelo menos dez pessoas. Testemunhas dizem que franco-atiradores vestidos à paisana dispararam contra a multidão do alto de edifícios.
Ocorreram também protestos em diversas outras cidades sírias como parte da onda que está sendo considerada a maior ameaça ao regime do presidente sírio, Bashar Al Assad, que substituiu seu pai, Hafez, após sua morte, em 2000. Há relatos de choques em Deraa, onde milhares de pessoas teriam participado da manifestação após as tradicionais orações de sexta-feira.
Ativistas prometeram o que chamaram de Dia dos Mártires, para honrar as dezenas de pessoas que foram mortas nas duas semanas de protestos no país. Testemunhas contaram que os protestos nas cidades de Qamishli e Hassakeh, no Nordeste do país, começaram logo depois das orações em meio à forte presença das forças de segurança.
O Nordeste do país é a região onde vive a população curda, que vinha se mantendo à distância das manifestações. Na quinta-feira (31), os curdos anunciaram que se juntariam aos protestos de sexta-feira. Na quarta-feira (30), o presidente sírio não conseguiu acalmar os ânimos do país ao afirmar em um discurso que os protestos são resultado de uma conspiração internacional.
A crise atual começou há algumas semanas após a prisão de adolescentes que haviam pintado frases contra o governo em um muro na cidade de Deraa, no Sul do país, e se espalhou rapidamente para outras províncias.
Ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que entre 60 e 130 pessoas morreram nos choques com as forças de segurança nas últimas semanas, mas o governo estima o número de mortos em cerca de 30.