Da Agência Lusa
Brasília – Até dezembro, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que exerce o governo provisório no Egito, planeja realizar as eleições presidenciais no país. Antes do processo em que os egípcios escolherão o primeiro presidente eleito, depois de quase 30 anos de Hosni Mubarak no poder, ocorrerão as eleições legislativas em setembro.
O anúncio foi feito pelo conselho durante a apresentação de uma “declaração constitucional”. O ato representa a garantia do período de transição política, antes do regresso ao poder de um regime civil.
Em setembro, os eleitores do Egito irão às urnas para a escolha dos representantes para as duas câmaras do Parlamento egípcio – a Assembleia do Povo (Câmara dos Deputados) e a Choura (Conselho Consultivo ou Senado). No último dia 19, houve um referendo sobre a revisão da Constituição – a maioria, 77% dos eleitores, votou em favor da reforma constitucional.
Pela reforma proposta, deve acabar o Estado de Emergência imposto no regime Mubarak e serem ampliados os poderes do Conselho Supremo das Forças Armadas. O texto aprovado informa ainda que o Egito é um Estado democrático, baseado em um princípio de cidadania, bem como confirma que o islamismo é a religião do Estado.
Mubarak renunciou em fevereiro, após protestos internos contra o governo e a pressão da comunidade internacional e o conselho assumiu o governo. Manifestantes ocuparam as ruas do Cairo durante dias protestando contra a ausência de liberdade de expressão e política, além de denunciarem situações de corrupção envolvendo o governo.