Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Os problemas que estão ocorrendo nas usinas nucleares de Fukushima, no Japão, aceleram o debate sobre a adoção de medidas adicionais de segurança nas usinas no Brasil. Uma das medidas que estão em análise é implantação de pequenas centrais hidrelétricas nas proximidades para que possam fornecer energia elétrica às usinas nucleares em caso de acidente. No Japão, a falta de energia elétrica nas usinas nucleares impediu, por vários dias, diversas ações emergenciais, como o bombeamento de água para resfriar os reatores que explodiram.
O assistente da presidência da Eletronuclear Leonam dos Santos Guimarães explicou que, para evitar que esse tipo de problema ocorra nas usinas brasileiras, foi feito um estudo, concluído em setembro do ano passado, sobre a importância das pequenas centrais hidrelétricas (PCH) na região sul fluminense.
“Vivemos numa região rica de rios. O problema de perda total [de energia] que aconteceu no Japão é um problema que a indústria nuclear vem estudando há muito tempo”, disse ele. As PCH poderiam utilizar o potencial hídrico de rios como Mambucaba e Bracuhy, distantes 20 e 30 quilômetros respectivamente das usinas nucleares, em Angra dos Reis.
Outras alternativas, como uso de geradores móveis a diesel (sobre rodas), adotado na França; turbinas a gás e a criação de linhas de transmissão específicas para esse tipo de emergência também poderiam ser utilizadas. Mas nenhuma dessas alternativas saiu do papel. O estudo da Eletronuclear também não fez um cálculo dos custos que os novos sistemas de segurança podem gerar para as usinas e para o preço da energia.
Edição: Vinicius Doria