Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No que depender da China, não será em abril, quando a presidenta Dilma Rousseff visitará o país, que o Brasil vai ganhar o apoio pleno para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o ingresso como membro permanente do órgão. O embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, disse hoje (28) que a falta de consenso em torno da proposta deve adiar quaisquer decisões sobre o tema.
Para o embaixador, precipitações em torno do assunto podem gerar a quebra da unidade e solidariedade entre os integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU). “Da parte da China, acreditamos que, enquanto houver divergências, será preciso ter mais diálogo e consultas. [A precipitação] vai afetar a solidariedade e a unidade dos membros da ONU e isso não vai beneficiar ninguém”, afirmou Xiaoqi.
O embaixador afirmou que a China defende a realização de uma consulta “ampla e democrática” sobre as propostas de reforma em discussão, em busca de uma “solução comum, em torno de um consenso o mais amplo o possível”. Xiaoqi negou que eventuais divergências entre o Brasil e a China prejudiquem um eventual apoio chinês ao pleito brasileiro.
“Às vezes, temos visões diferentes. Isso não afeta em nada a unidade entre os dois países porque ambos são países em vias de desenvolvimento. Estou totalmente otimista. Mais adiante vamos continuar a ter uma cooperação frutífera”, disse o embaixador.
Depois da indicação favorável do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à reforma do Conselho de Segurança, o assunto deve ser tema da reunião da presidenta Dilma Rousseff com o presidente chinês, Hu Jintao, e as demais autoridades da China. Instituído em 1945, o conselho é formado por cinco países que são permanentes e dez que têm assentos rotativos.
Os cinco integrantes permanentes são os Estados Unidos, a Rússia, China, França e Inglaterra. Os membros rotativos são o Brasil, a Turquia, Bósnia-Herzegovina, o Gabão, a Nigéria, Áustria, o Japão, México, Líbano e Uganda. Em discussão, há várias propostas para a reforma do órgão. Para o Brasil, o ideal é aumentar de 15 para 25 vagas – das quais 11 deveriam ser ocupadas de forma permanente.
O embaixador da China disse que, como o Brasil, os chineses defendem mais espaço para os países emergentes, no Fundo Monetário Internacional (FMI). Em dezembro de 2010, a União Europeia se comprometeu a ceder nove lugares para os emergentes.
A presidenta Dilma fica de 11 a 15 de abril na China, onde participa de reuniões bilaterais, do encontro dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), de um fórum de empresários brasileiros e chineses e de um seminário econômico de países asiáticos.
Edição: Lana Cristina