BBC Brasil
Brasília - Os níveis de material radioativo dispararam no mar próximo à Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Leste do Japão. A Agência de Segurança Nuclear japonesa informou hoje (26) que os níveis superam em 1.250 vezes o limite permitido por lei. De acordo com a agência, uma amostra de água do mar coletada a cerca de 330 metros ao sul da usina indicou concentração de iodo 131, oito vezes maior do que o nível determinado pela legislação do país.
As autoridades afirmam que o risco provocado pela radioatividade verificada hoje dura apenas oito dias. No entanto, testes também indicaram alta concentração de césio, o que pode se traduzir em um risco de contaminação por várias décadas.
A agência informou também que, se uma pessoa consumir 500 mililitros (ml) de água com a mesma concentração de iodo radioativo, ela estará exposta ao limite máximo de radiação considerado normal para um ano inteiro. Este é maior nível de radiação no local desde que os levantamentos começaram a ser feitos, no início da semana.
A usina sofreu graves danos com o terremoto de magnitude 9 graus na escala Richter seguido por um tsunami, no último dia 11. O sistema de refrigeração dos reatores acabou sendo desligado gerando ameaças de vazamento de material radioativo.
De acordo com a Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que administra Fukushima, é provável que água radioativa tenha saído da usina e caído no mar, causando o aumento no nível de radiação. Há, ainda, temores de que o material radioativo esteja vazando para o solo, contaminando mananciais de água localizados abaixo dos reatores da usina.
O material radioativo na água do mar se diluirá significativamente quando for consumido por espécies marinhas, segundo informaram autoridades. O governo afirmou que os níveis de radiação verificados não terão impacto significativo no setor pesqueiro, já que as atividades de pesca são proibidas em um raio de 20 quilômetros (km) em torno de Fukushima.