Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha se queixou das dificuldades que enfrenta para ter acesso aos feridos civis, vítimas dos conflitos na Líbia. Em comunicado divulgado hoje (24), o comitê apelou às autoridades líbias para que permitam o trabalho de ajuda humanitária na região. O chefe da missão da Cruz Vermelha na Líbia, Simon Brooks, disse que a situação dos civis "é fonte de grande preocupação".
O apelo do comitê é direcionado não só ao governo do presidente da Líbia, Muammar Khadafi, como à oposição e às forças da coalizão internacional liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha.
Segundo Brooks, os relatos recebidos pela Cruz Vermelha são preocupantes. "Recebemos informações alarmantes de cidades como Ajdabiya e Misrata, onde os combates ocorrem há semanas".
O Comitê da Cruz Vermelha Internacional estabeleceu uma sede provisória em Benghazi, que virou a capital da oposição ao presidente líbio. Mas a organização de ajuda humanitária não consegue enviar ambulâncias e profissionais de saúde para outros locais do país.
Ontem (23), mais cinco funcionários estrangeiros da Cruz Vermelha chegaram a Benghazi. Nos últimos dias, integrantes da organização receberam autorização para visitar dois soldados do governo, feridos em combates com os insurgentes.
Paralelamente, sete caminhões da Cruz Vermelha, carregados com 145 toneladas de arroz, açúcar, óleo, lentilha e sal, foram enviados para o Leste da Líbia. O objetivo é garantir alimentação às vítimas do confronto. A Cruz Vermelha ajuda ainda na transferência de um grupo de mais de 500 estrangeiros que está na fronteira da Líbia com o Egito.
Do outro lado do país, na fronteira com a Tunísia, cerca de 5,8 mil refeições são distribuídas diariamente para as pessoas que aguardam a oportunidade para deixar o território líbio, segundo dados do Crescente Vermelho (organização não governamental correspondente à Cruz Vermelha que atua nos países muçulmanos) na Tunísia.
Edição: Vinicius Doria