Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo pretende exigir dos produtos industriais importados o cumprimento dos mesmos padrões de qualidade técnica aplicados com relação a produtos brasileiros vendidos no exterior. A medida foi o tema principal da reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), hoje (23), no Ministério da Fazenda.
No encontro, que reúne empresários e autoridades da área econômica, ficou acertado que cada setor da indústria elaborará uma lista de produtos de baixa qualidade que entram no país e competem com produtos similares nacionais. A relação será apresentada na próxima reunião do GAC, no fim de abril.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, os produtos industrializados importados precisarão ter certificação do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de entrarem no país. Nos próximos 20 dias, o governo analisará o que pode ser feito para adaptar os órgãos ao volume de fiscalização.
Apesar de poder resultar na proibição da entrada de determinados produtos, o presidente da Abramat afirmou que a medida não representa protecionismo. “Na verdade, o que o Brasil está fazendo é defesa comercial, que não tem nada a ver com a criação de barreiras para a importação”, disse.
Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Base (Abdib), Ralph Terra, a exigência de qualificação técnica não representa risco para as relações comerciais com os países desenvolvidos. “O Brasil passará a fazer exatamente o que as nações ricas já fazem com os produtos brasileiros no exterior”, avaliou.
Os setores da indústria ainda estão fazendo um levantamento dos produtos que enfrentam a concorrência com similares importados de baixa qualidade. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, no entanto, citou alguns itens que certamente entrarão na lista: aço, válvulas para a extração de petróleo e cabos elétricos.
A matéria foi alterada para acréscimo de informações//Edição: Lana Cristina