Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Instituto Ethos lançou hoje (23) um projeto para acompanhar os investimentos e as ações voltados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016. O projeto, batizado Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, pretende unir diversas entidades em torno de iniciativas de controle social para aumentar a transparência e a sustentabilidade dos investimentos para os maiores eventos esportivos da história do país.
Sindicatos e confederação de trabalhadores, organizações não governamentais (ONG) e até organismos multilaterais como as Nações Unidas (ONU) participam do projeto. A Controladoria-Geral da União (CGU) também apoia a iniciativa.
Segundo Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos e um dos coordenadores do Jogos Limpos, o projeto, basicamente, quer oferecer aos cidadãos meios de verificar se os recursos estão sendo gastos corretamente. “Por meio dessas ações, nós queremos dar mais transparência, integridade e controle social ao investimento público e privado para a Copa e Olimpíada”.
Uma página na internet, criada pelo projeto, vai servir como central de informações e divulgação de dados disponibilizados por vários órgãos. A página Jogos Limpos também foi inauguirada hoje e será atualizada periodicamente. “Ainda temos poucos dados, mas a ideia é ir aumentando isso com o tempo”, explicou Itacarambi.
Além da página na internet, serão instalados um comitê nacional de coordenação e cinco comitês regionais em cidades-sede da Copa (Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Brasília ou Recife) para que os cidadãos acompanhem e colaborem com a fiscalização dos investimentos.
O presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, lembrou que o governo federal já anunciou investimentos de cerca de R$ 33 bilhões para os dois eventos. Somados aos gastos de estados, municípios e empresas, o investimento total pode chegar a R$ 50 bilhões nos dois megaeventos.
Abrahão afirmou que os recursos são significativos e precisam ser fiscalizados para que sejam bem aplicados. “Temos a oportunidade de fazer com que esses recursos sirvam para reduzir a desigualdade do país e gerem oportunidades”, afirmou ele, lembrando que o Jogos Limpos também vai criar indicadores para acompanhar os investimentos e sua transparência.
Para Izabela Moreira Corrêa, da Secretaria de Prevenção da Corrupção da CGU, a iniciativa do Ethos é exemplar e inédita no que diz respeito a grandes eventos esportivos. Segundo ela, nenhum país que sediou uma Copa ou cidade que recebeu as Olimpíadas teve um projeto tão amplo de controle social dos investimentos.
Por isso, Corrêa ressaltou que é de interesse mundial que o Jogos Limpos dê certo. Assim, outros países poderão usar o projeto como modelo para futuros eventos. “Todos estão de olho no Brasil. Podemos exportar a ideia para quem vai receber as próximas copas e olimpíadas”, afirmou ela, que também integra a equipe do projeto.
Edição: Vinicius Doria