Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A localização do Brasil, banhado pelo Oceano Atlântico, cujo relevo submarino é diferente do do Oceano Pacífico, afasta a possibilidade de ocorrência de tsunamis (ondas gigantes) no país, como o que atingiu a costa nordeste do Japão na madrugada de hoje (horário de Brasília).
Segundo explicou o coordenador do Grupo de Análise de Risco da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Moacyr Duarte, “o Brasil está localizado de frente para o Oceano Atlântico que, em princípio, não é uma área de compressão de placas [tectônicas]. Ao contrário do Oceano Pacífico, com aquelas movimentações que geram tsunamis, aqui não tem essa possibilidade”.
Duarte explicou que no Oceano Atlântico existe uma cordilheira (cadeia de montanhas) submarina que não está em uma zona de tensão entre as placas. "É uma zona de afastamento das placas”. O temor, para o Brasil, está ligado aos vulcões das Ilhas Canárias, na costa da África. “São vulcões submarinos que, se explodirem, vão gerar também uma onda. Mas essa é uma especulação remota. Não é como no Pacífico, que é uma área de atividade desse tipo”.
Ele lembrou que, em 2004, ocorreu um tsunami no Oceano Índico, que causou a morte de mais de 220 mil pessoas em vários países, entre os quais Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailandia. Ano passado, foi a vez do Chile, abalado por um terremoto que provocou um tsunami. Agora, no Japão. “Aquela é, realmente, uma área em que esses fenômenos têm uma certa regularidade”.
Edição: Vinicius Doria