Escassez de notícias deixa comunidade japonesa no Brasil apreensiva

11/03/2011 - 18h01

Vinicius Konchinski

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – A falta de informações sobre o terremoto no Japão é o principal motivo de preocupação da comunidade japonesa no Brasil. Nesta tarde, mais de 12 horas após o tremor e uma onda gigante atingirem o país, muitos imigrantes estavam apreensivos por não saberem como estão seus parentes na terra natal.

 

Preocupados com filhos, irmãos e sobrinhos, alguns imigrantes estiveram hoje (11) na Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, no bairro da Liberdade, na capital paulista. A associação reúne pessoas que vieram da província de Miyagui, uma das mais atingidas pelo tsunami desta madrugada.

 

Lá, eles tentavam contato via telefone ou internet. Quase sempre, porém, sem sucesso. “Ligo de dez em dez minutos, mas até agora não consegui nada”, disse Setsuko Kato, uma das pessoas que foram a Associação Miyagui em busca de notícias sobre parentes no Japão.

 

Setsuko vive no Brasil há mais de 30 anos. Disse que veio sozinha de lá e toda sua família ainda mora em Miyagui. “Irmão, irmã, tio, tia, sobrinhos.”

 

Desde as 5h desta sexta-feira, ela tenta falar com pelo menos um dos parentes. Não pôde nem trabalhar de tanta preocupação. “Não consigo fazer nada. Não tenho concentração.”

 

Yolanda Kazuyo Tomikura também está preocupado. Seu filho, Eric, está no Japão há oito anos. Hoje, até o final da tarde, ela não havia conseguido falar com ele.

 

De acordo com o presidente da Associação Miyagui, Koichi Nakazawa, as áreas do Japão mais atingidas pelo terremoto estão sem telefone e energia elétrica. Ele disse que espera que, nesta noite (dia no Japão), o governo japonês dê mais informações sobre vítimas do tremor.

 

Edição: João Carlos Rodrigues