Da BBC Brasil
Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje (3) que o líder líbio, Muammar Khadafi, “perdeu a legitimidade e deve deixar o poder”.
Em uma das declarações mais fortes que fez até agora contra o regime da Líbia, Obama afirmou que a saída de Khadafi é “melhor para seu povo e para seu país” e que seus colaboradores “devem entender que eles serão monitorados e responsabilizados” por atos de violência contra a população.
“As exigências do povo líbio de liberdade, democracia e dignidade têm de ser atendidas”, disse Obama, em entrevista coletiva em Washington, ao lado do presidente do México, Felipe Calderón.
O presidente norte-americano também aprovou o uso de aeronaves militares e civis dos Estados Unidos para repatriar estrangeiros que fugiram do confronto líbio e que estão na fronteira. Ele voltou a pedir o fim da violência na Líbia.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que entre 80 mil e 90 mil pessoas já tenham fugido para a Tunísia desde o início dos protestos na Líbia e que dezenas de milhares ainda esperem para cruzar a fronteira.
O apelo de Obama pela renúncia de Khadafi, que governa Líbia desde 1969, repete declaração da secretária de Estado, Hillary Clinton, que, no início da semana, pediu que o líder líbio deixasse o poder, “sem mais violência, nem atrasos”.
Obama disse que “todas as opções” serão avaliadas para lidar com a situação líbia, em conjunto com a comunidade internacional.
Na Europa, a Grã-Bretanha e a França indicaram que apoiam o plano de criar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia para impedir que as forças leais a Khadafi lancem ataques aéreos em áreas tomadas pelos rebeldes.
Nesta quinta-feira, aviões da Força Aérea lançaram ataques contra alvos no leste do país, região que foi tomada pela oposição ao longo dos protestos que ocorrem no país desde a metade de fevereiro. Khadafi prometeu lutar para reconquistar a região.