Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros “é inadequada e desconsidera a tendência atual de evolução dos preços e da atividade econômica”, de acordo com avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
Ele afirmou que indicadores recentes “confirmam o desaquecimento da atividade [industrial], provocado por medidas de restrição ao crédito, pela valorização do câmbio e a elevação dos juros em janeiro”.
Em sua opinião, o aumento da Selic promovido hoje (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) não é o melhor caminho para o combate à inflação, pois a alta da inflação é resultado, segundo ele, da elevação dos preços dos alimentos e da commodities (produtos básicos com cotação mundial) no mercado internacional, que não são influenciados pela variação dos juros no país.
Andrade ressaltou que “a alta dos juros tem impacto negativo sobre os investimentos e a produção industrial”, e enfatizou que o corte no Orçamento Geral da União (OGU), no valor de R$ 50 bilhões, “dá mais coerência às políticas monetária e fiscal, e permitiria um ritmo menos intenso na elevação dos juros”.
Edição: Lana Cristina