Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo de Goiás espera até o fim do mês uma resposta do governo federal para a proposta de reestruturação das Centrais Elétricas de Goiás (Celg), que prevê a concessão de empréstimo de R$ 2,7 bilhões, em uma operação envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal. O diretor-presidente da empresa, José Eliton, se reuniu hoje (14) com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para detalhar o acordo.
O plano de reestruturação da Celg prevê que o empréstimo será liberado em duas parcelas: a primeira, de R$ 1,2 bilhão, em março, e a segunda, de R$ 1,5 bilhão, no próximo ano. Além disso, prevê um acerto de contas entre o governo do estado e a Celg.
No ano passado, o governo federal havia anunciado um empréstimo de R$ 3,7 bilhões para a distribuidora goiana, mas, em novembro, depois das eleições, o governo do estado pediu para suspender o processo. Na ocasião do acordo firmado entre os governos estadual e federal ficou acertado que a Eletrobras ficaria com 6% das ações da Celg, como garantia do empréstimo.
Na proposta, não está prevista a transferência do controle da Celg para a Eletrobras. “A Eletrobras pode até ser parceira neste novo modelo, mas não será transferida a governança para ela”, afirmou o diretor. Ele lembrou que a Eletrobras tem créditos com a Celg que podem ser transformados em ações da empresa. O plano também veta a privatização da companhia, que só poderia transferir 49% das ações para investidores privados.
Com o acordo, a Celg poderá reajustar as tarifas em 11,5%, percentual que já foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso deve significar um incremento de R$ 360 milhões no fluxo de caixa da empresa nos próximos 12 meses. A Celg também vai poder usar R$ 400 milhões oriundos de programas do governo federal, como o Luz para Todos, que estão contingenciados por causa da inadimplência.
“Os indicativos da Celg serão melhorados substancialmente e, com isso, nós vamos buscar um parceiro estratégico para garantir a implantação do plano de investimento e governança que a empresa necessita, pois, nos últimos anos, não foram investidos nem os recursos mínimos exigidos pela Aneel em manutenção”, explicou Eliton, que também é vice-governador de Goiás.
Edição: Vinicius Doria