Petrobras bate pelo segundo mês consecutivo recorde na produção de gasolina

10/02/2011 - 19h43

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A alta no preço do etanol nos postos de combustíveis de todo o país, tendência que vem se verificando desde o ano passado, está levando o consumidor dos carros flex fluel (bicombustível) a migrar para a gasolina. Isso fez com que a Petrobras repetisse dezembro do ano passado e batesse no primeiro mês deste ano novo recorde de produção da gasolina do tipo A – ainda sem a mistura obrigatória de 25% do álcool anidro.

Segundo nota da estatal, divulgada hoje (10), a Petrobras produziu, em janeiro, 1 bilhão e 816 milhões de litros da gasolina do tipo A, o volume supera em 2,36% a marca anterior, de 1 bilhão e 774 mil litros produzidos no mês de dezembro do ano passado – quando a estatal também bateu recorde de produção.

Embora a empresa atribua o recorde aos esforços da companhia para atender ao mercado brasileiro sem recorrer a importações, o fato é que o aumento da produção está associada à necessidade de aumentar a produção de gasolina para atender a migração dos consumidores do carro flex, em busca de melhores preços. As explicações foram dadas à Agência Brasil pelo vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.

“O fato é que há muitos anos o Brasil é exportador de gasolina, principalmente porque existe a necessidade de produção cada vez maior de óleo diesel, o que consequentemente aumenta também a produção de gasolina. Então sobra gasolina e é por isto que o país é exportador do derivado”, disse.

Vaz lembra que foi exatamente pela alta excessiva do etanol que, no ano passado, enquanto o mercado do álcool combustível caía em torno de 10%, o da gasolina chegou a crescer cerca de 18%, em relação a 2009. “Este crescimento da demanda por gasolina é que exigiu uma produção maior da Petrobras para atender a expansão do mercado interno. É uma mudança de consumo forte do mercado, e este crescimento vigoroso do consumo da gasolina entre 2009 a 2010 é quase que sem precedente na história do país”.

Para o vice-presidente executivo do Sindicom, esta tendência de aumento do consumo da gasolina deverá continuar pelo menos até abril, quando termina o período de entressafra da cana-de-açúcar. “O advento do carro flex dá ao consumidor o poder de, na hora de abastecer o seu veículo, escolher o preço que melhor se convier. E esta tendência deverá ser mantida ainda por um bom tempo porque, até a entressafra da cana, o álcool estará mais caro”.

 

Edição: Aécio Amado