Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) de não discutir a crise no Egito teve como base o argumento de que a situação política no país africano é “interna” e não representa ameaça à paz e à segurança regional. A informação é do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Em entrevista ao programa de rádio A Voz do Brasil, ele explicou que a presidenta do conselho, a embaixadora brasileira Maria Luiza Viotti, manteve consultas com os demais membros do órgão a respeito do tema. O consenso, segundo Patriota, é que o assunto não deve ser tratado pelo conselho no momento, “apesar de ser, obviamente, uma questão que preocupa a todos, muito particularmente ao Brasil e ao Mercosul, como parceiros do Egito”, disse ele.
“Esperamos que a situação evolua de maneira pacífica e que as aspirações do povo egípcio por maior participação nos processos políticos possam ser atendidas, levando ao progresso institucional e social desse país tão importante no mundo árabe”, concluiu o chanceler.
Depois de 17 dias de protestos intensos contra o governo, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, de 82 anos, anunciou hoje (10) que permanecerá no cargo até setembro, quando ocorrerão as eleições presidenciais no país. A renúncia de Mubarak, que está no poder desde 1981, quando foi assassinado o então presidente Anwar El Sadat, era esperada para hoje. Milhares de egípcios continuam nas ruas das principais cidades do país para protestar contra o governo.
Edição: Vinicius Doria