Gislene Nogueira

Enviada Especial

Bagé (RS) – A forte estiagem que atinge o Rio Grande do Sul prejudica o abastecimento de água em Bagé, a cerca de 400 quilômetros de Porto Alegre. O racionamento começou no início de janeiro e pode ficar mais rigoroso se não chover.

O Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb) implementou um racionamento que dividiu a cidade ao meio. Metade dos moradores recebe água durante o dia e a outra parte durante a noite. As interrupções começaram antes de o município decretar situação de emergência, em 14 de janeiro.

O coordenador da Defesa Civil, Alexandre Melo, diz que várias providências foram tomadas para administrar a escassez. “O Daeb começou a captar água de outros locais e reativou poços usados no passado para que não falte água no município”.

Segundo Melo, as interrupções no fornecimento de água podem ficar mais longas, se a previsão de chuva em fevereiro não se confirmar.

A dona de casa Valéria Correia conta que tem administrado o racionamento com banhos rápidos e reutilização da água gasta na lavagem de roupa. “A gente que tem caixa d´água resolve economizando, mas o problema é maior para quem não tem. Aí fica difícil.”

A fronteira oeste do Rio Grande do Sul enfrenta uma dura seca neste início de ano. Os meteorologistas culpam o fenômeno La Niña, que altera a temperatura das águas do Oceano Pacífico. Em consequência, os ventos concentram a umidade ao sul do estado – que enfrenta fortes tempestades.

Até agora, 15 municípios decretaram situação de emergência: Candiota, Pedras Altas, Herval, Hulha Negra, Piratini, Santana do Livramento, Lavras do Sul, Pedro Osório, Cerrito, Pinheiro Machado, Aceguá, Bagé, Dom Pedrito, São Pedro da Serra e Tavares.

Edição: João Carlos Rodrigues