Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto reuniu hoje (26), no Rio de Janeiro, vítimas do genocídio nazista, ativistas dos direitos humanos e autoridades.
Maria Yefremov foi presa quando estava grávida de cinco meses. Hoje, aos 96 anos, relembra que não conheceu o filho e como era tratada pelos nazistas."Fiquei um ano e meio nesse regime: chá, sopa, café e muito trabalho".
A presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Sarita Léa Schaffel, destacou que as mulheres sofreram com a perseguição dos extremistas. "Contudo, apesar de terríveis atos de privação, discriminação e crueldade, sempre encontraram maneiras de lutar".
Uma exposição de fotos e vídeos conta a história de Aleksander Henry Laks, judeu como Maria, que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz. Ele relatou passagens dos cinco anos em que esteve preso.
"Quando fui libertado, com 17 anos, pesava 28 quilos. Meus dentes eram soltos e eu não enxergava direito. Estava sem pai, mãe, parente, pátria ou perspectiva. Não tive infância ou adolescência. Praticamente, eu não existia", contou Laks.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse que é preciso recordar o genocídio para que a humanidade não aceite a intolerância e nunca mais assista a massacres desse tipo. Ela lembrou que o povo judeu foi o principal alvo do regime, mas destacou o sofrimento de outros povos.
"Os nazistas agiram também contra comunistas, contra homossexuais, contra negros, contra ciganos e todos aqueles considerados inferiores na raça, no credo e na cor", afirmou a ministra, durante a homenagem organizada pela federação israelita fluminense e pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil.
Edição: Rivadavia Severo