Ação de voluntários e doações da população mobilizam redes de solidariedade no Rio

17/01/2011 - 18h12

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Doações não param de chegar à sede da Cruz Vermelha Brasileira, que também recebe a toda hora pessoas interessadas em trabalhar como voluntárias nos municípios da região serrana do Rio atingidos por fortes chuvas e deslizamentos de terra na semana passada. No local, foi montada uma tenda para receber e organizar as doações, onde os voluntários trabalham dia e noite.

O presidente da Cruz Vermelha no Rio de Janeiro, Luiz Alberto Sampaio, informou que, até ontem (16), foram arrecadados 250 mil litros de água, 155 toneladas de alimentos, 145 toneladas de roupas, 44 mil produtos de higiene e limpeza, além de 1.270 brinquedos e 883 pacotes de velas e fósforos.

De acordo com Sampaio, 800 voluntários procuraram a Cruz Vermelha para trabalhar pelos flagelados da região serrana. Para ele, a catástrofe estimulou ações de solidariedade na população. “Eles se sensibilizaram com o ocorrido e estão respondendo positivamente, com doações ou em dinheiro, em gêneros, ou mesmo com o seu trabalho.”

É o caso da médica Ana Cláudia Fontes, de 38 anos. Ela chegou à Cruz Vermelha com o carro abarrotado de itens de limpeza e higiene pessoal. Segundo ela, era uma doação da família, que se comoveu com a tragédia. "A gente está vendo as pessoas ali, precisando das coisas mais básicas, e até com dificuldade de receber. Se pudesse, a gente até tentaria chegar perto dessas pessoas.”

O vigilante Fernando José, de 42 anos, arrumou um tempo, pegou um táxi e também levou sua contribuição: roupas e material de higiene. “O sofrimento do povo lá, que está precisando, me fez vir aqui para ajudar o próximo”, disse Fernando José.

O militar Adriano Camilo, de 31 anos, aproveitou o período da manhã, antes de ir para o trabalha, para ser voluntário. “Nesse momento é que a gente vê como o povo brasileiro é caloroso e solidário. Aqui, chamam e a gente vai. Se está precisando descarregar alimento, a gente vai, encher uma van, um caminhão. A gente é pau pra toda obra”.  

Desde sábado (15), a estudante Irina Ciccarino, de 23 anos, é  voluntária e ajuda na organização e saída dos caminhões e carros. “É a necessidade das outras pessoas. Eu estou bem, no Rio, nada aconteceu comigo e com a minha família, e, por isso, quero ajudar a quem precisa.”

A Cruz Vermelha informou que continuará com a mobilizando popular para que possa atender à imensa demanda dos municípios mais afetados pelas chuvas. Os itens mais necessários são colchões, roupas íntimas, de cama, mesa e banho, material de limpeza e higiene, fósforos e velas, além de fraldas geriátricas e infantis. É preciso também instalar banheiros químicos na região.

A Secretaria de Esporte e Lazer e a Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (Suderj) também montaram redes de solidariedade no Ginásio do Maracanãzinho e no Estádio Caio Martins, em Niterói, para receber e encaminhar doações.

Segundo o presidente da Suderj, Everardo Cândido, 12 caminhões cheios de donativos já seguiram para a região serrana. “Somando o que captamos aqui e no Caio Martins, chegamos a 50 toneladas de diversos artigos, principalmente água e artigos de primeira necessidade”. Mais três caminhões devem deixar a cidade ainda hoje (17), informou Cândido.