Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) foi multada hoje (5) em R$ 2,8 milhões por ter poluído, no dia 26 de dezembro, o ar na área do entorno da usina, no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da capital fluminense. Segundo o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, a CSA também terá que desembolsar mais R$ 14 milhões a título de “indenização compensatória acordada” para a implementação de ação compensatórias em benefício da população da região atingida pela poluição.
O dinheiro será aplicado em obras de dragagem do Canal São Fernando, em Santa Cruz; no asfaltamento de ruas próximas ao entorno da usina, na aquisição de equipamentos para o programa Clínica da Família e a construção para o governo do estado de um Centro de Referência em Hipertensão e Diabete.
Segundos Minc, a indenização compensatório tem a vantagem do desembolso imediato. “Essa ação compensatória tem a vantagem de não vir a ser contestada na Justiça é para desembolso imediato e vai atender à população. São R4 14 milhões que se somam aos R$ 2,8 milhões da multa que foi aplicada hoje à empresa, além da auditoria ambiental que começou hoje com prazo de dois meses para a sua conclusão – e que também será paga pela empresa”.
O governo do Rio também determinou a redução de 30% na produção da siderúrgica, que cairá das atuais 16 milhões de toneladas por dia de placas de aço para 10 mil toneladas.
O secretário disse ainda que dificilmente a CSA conseguirá a licença de operação (prevista para fevereiro próximo) enquanto não resolver os problemas de infraestrutura operacional e garantir que vai conseguir operar com segurança e sem colocar em risco a saúde da população. “Não queremos fazer populismo ambiental, mas seremos implacáveis com os erros seguidos que a empresa vem cometendo. Os sistemas de segurança não funcionam adequadamente e há até sonegação de informação – e nós não vamos tolerar que isto ocorra.Houve quebra de confiança e nossa postura será dura com a usina”, afirmou.
No último dia 26 de dezembro, várias ruas e moradias do bairro de Santa Cruzo foram cobertas por fuligem. O acidente provocou o uma chuva negra, que atingiu casas e carros. Segundo a siderúrgica, a poluição ocorreu em consequência de defeito em um guindaste gigante da aciaria - unidade que processa o ferro-gusa produzido pelos fornos da unidade. O acidente obrigou a CSA a utilizar o poço de emergência para escoar o produto, mas não foi suficiente para impedir a poluição.
Edição: Aécio Amado