Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ano de 2011 começa com tensões entre países latino-americanos. O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, anunciou que o governo do presidente Evo Morales analisa a hipótese de recorrer ao Tribunal de Haia contra o Chile. Bolivianos reivindicam o direito de saída para o mar. Desde 1879, depois de uma guerra com o Chile, a Bolívia perdeu 400 quilômetros de costa e não dispõe de litoral.
Os dados são da imprensa oficial da Bolívia, a Agência Boliviana de Informações (ABI). “Em momento algum rejeitamos a possibilidade [de recorrer] ao Tribunal de Haia", disse Choquehuanca.
“Estamos lidando [em busca de um acordo de forma] bilateral até este momento. Mas não é descartado o espaço multilateral, nos tribunais internacionais”, acrescentou o chanceler boliviano.
No ano passado, os presidentes Evo Morales e Sebastián Piñera, do Chile, criaram uma comissão formada por integrantes dos dois países com o objetivo de analisar o assunto. Segundo Choquehuanca, as negociações avançam, mas ainda não há resultados concretos. Em 1976, os dois países romperam relações depois de mais um acordo fracassado.
Em outubro, o presidente do Peru, Alan García, ofereceu a Morales o direito de uso do Porto de Ilo para negociar a venda de gás, o trânsito livre de embarcações e condições de acesso por 99 anos. A iniciativa ameniza a ausência de saída para o mar por parte da Bolívia. A ideia de oferecer o uso do Porto de Ilo não é nova. Em 1992, o então presidente da Bolívia Jaime Paz Zamora e o do Peru, Alberto Fujimori, assinaram um documento estabelecendo a parceria. Mas o acordo nunca foi executado.
Edição: Juliana Andrade