Brasil avança no respeito aos direitos humanos, mas ainda há muitas violações, diz especialista

07/12/2010 - 21h27

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – Entre os temas relacionados aos direitos humanos, o combate à discriminação racial foi o que mais avançou no Brasil, avaliou o diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Aton Fon Filho. Tanto, assinalou, que houve o reconhecimento das cotas raciais como política pública compensatória para os negros. Apesar disso, Aton disse que as violações aos direitos humanos continuam ocorrendo em grande escala e frequência no país. Como exemplo, ele citou o espancamento de um rapaz por um grupo de jovens, há algumas semanas, no centro de São Paulo, a pretexto de ser homossexual.

 

De acordo com Aton, também houve avanço na redução do preconceito de gênero. Entre as conquistas nessa área, ele destacou a Lei Maria da Penha. Aton concedeu entrevista hoje (7) durante o lançamento do relatório Direitos Humanos no Brasil 2010, elaborado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

 

O documento tem 26 artigos que analisam a situação de vários temas relacionados aos diretos básicos. A publicação foi elaborada por 108 organizações que atuam na área.

 

O diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos fez um balanço das conquistas obtidas neste ano na área de diretos humanos e destacou dois casos de punição. O primeiro foi a condenação de dois dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang.

 

O outro caso citado por Aton foi a condenação dos proprietários da empresa de fogos de artifício que explodiu no Recôncavo Baiano, em 1998, matando 66 pessoas, entre crianças e idosas. “Foi reconhecida a responsabilidade dos proprietários da empresa, que não observavam as mínimas regras de segurança do trabalho.”

 

Edição: João Carlos Rodrigues