Elaine Patricia Cruz

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega à quinta edição de forma mais ambiciosa que as anteriores. O curador Francisco Cesar Filho selecionou 41 filmes de dez países da América do Sul, que serão exibidos gratuita e simultaneamente em 20 capitais a partir de hoje (19). Este ano, o festival homenageará o ator Ricardo Darín, um dos principais nomes do cinema argentino na atualidade.

Em São Paulo, a sessão de abertura será no Cinesesc, com a exibição do filme Abutres, uma coprodução argentina, chilena, francesa e sul-coreana, dirigida por Pablo Tablero, e contará com a presença de Ricardo Darín. Realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com apoio da TV Brasil, a mostra deve ser assistida por cerca de 40 mil pessoas. A programação pode ser conferida no site www.cinedireitoshumanos.org.br .

Embora não seja “muito amigo de homenagens”, Darín disse que aceitou o convite por compreender a importância da mostra. “Quando tratamos de direitos humanos, temos duas formas: olhar para o passado e a grande possibilidade de falar sobre o futuro. Quando olhamos o futuro, estamos falando das crianças, dos jovens e de um mundo melhor”, disse o ator argentino, na tarde de hoje, em entrevista na Cinemateca Brasileira, na capital paulista.

A Mostra de Direitos Humanos surgiu em 2006 para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Ela tem como objetivo principal sensibilizar o público, por meio da linguagem cinematográfica, com as diversas temáticas que compõem o mosaico dos direitos humanos”, disse a assessora da Secretaria de Direitos Humanos e coordenadora da mostra, Christiana Freitas.

Este ano, o festival contempla mais temas relacionados aos direitos humanos, segundo o curador Cesar Filho. A programação vai além da violência policial e da repressão policial e incorpora também os direitos da mulher, da infância, das etnias e da diversidade sexual, envolvendo a educação, a alimentação, o trabalho e o meio ambiente.

Além das 31 novas produções que serão exibidas na seção Contemporâneos, a mostra fará uma retrospectiva histórica. Nela serão apresentados filmes como A Batalha do Chile, de Patricio Guzmán - considerado um dos mais completos documentários latino-americanos sobre o golpe de Estado no Chile - e Pra Frente Brasil, de Roberto Farias, censurado na época da ditadura militar. Na homenagem a Ricardo Darín, um dos destaques é a exibição de O Filho da Noiva, produção argentina dirigido por Juan José Campanella.

Para garantir o acesso de pessoas com deficiência visual e auditiva às sessões, os filmes poderão ser vistos com audiodescrição ou closed caption. Os filmes mais votadas pelo público serão contempladas com o Prêmio Aquisição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem. No ano passado, a mostra foi assistida por cerca de 21 mil pessoas em 16 cidades.

Edição: João Carlos Rodrigues