Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Marcos Bispo dos Santos, um dos sete acusados de participar do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, foi condenado hoje (18) a 18 anos de prisão. A condenação se deu à revelia, pois o acusado não compareceu ao julgamento no Fórum de Itapecerica da Serra, cidade onde ocorreu o homicídio, em janeiro de 2002. Marcos Bispo dos Santos foi preso logo após o crime, cumpriu oito anos de cadeia e, atualmente, está foragido.
O promotor de Justiça Francisco Cembranelli se mostrou satisfeito com a condenação de Santos por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recompensa. De acordo com o promotor, o réu foi o responsável por levar Celso Daniel de carro para o cativeiro, onde o político foi morto. “A versão do Ministério Público apresentada hoje à sociedade, o seu acolhimento pelo júri e a consequente condenação mostram que o caminho é esse e a versão é admissível”.
Cembranelli defendeu a tese de que dinheiro da administração pública de Santo André estava sendo desviado para os cofres do Partido dos Trabalhadores (PT), com a finalidade de financiar o caixa 2 da campanha eleitoral e de pessoas físicas. “Isso acabou incomodando a vítima, Celso Daniel, que prometeu tomar providências. [A decisão de investigar] foi vista como obstáculo para o grupo criminoso que se aproveitava [do esquema]”, afirmou o promotor.
O advogado de defesa de Santos, Adriano Marreiro, informou que irá recorrer da sentença porque, para ele, o cliente foi condenado sem nenhuma prova, baseado apenas na própria confissão que teria sido obtida sob tortura. “A gente desafiou o promotor a apresentar provas concretas e elas não foram apresentadas. Ele foi condenado sem nenhuma prova senão sua confissão, que foi obtida mediante tortura”, declarou.
Edição: Vinicius Doria