Embargo a Cuba é ilegítimo, diz Amorim na reunião da ONU em Nova York

23/09/2010 - 11h44

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou hoje (23), na abertura da 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o bloqueio a Cuba em vigor há 38 anos por imposição dos Estados Unidos. Amorim chamou o embargo de “ilegítimo bloqueio”. Recentemente o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou a demissão de mais de 500 mil funcionários públicos e a abertura econômica na tentativa de conter as dificuldades no país.

O bloqueio a Cuba envolve restrições econômicas, financeiras, políticas e diplomáticas. De acordo com o governo cubano, as medidas se tornaram mais intensas nos governos norte-americanos dos presidentes Bill Clinton, George W. Bush e agora de Barack Obama. Os cubanos reivindicam, inclusive, que filiais estrangeiras de empresas dos Estados Unidos negociem com Cuba.

No último fim de semana, antes de seguir para os Estados Unidos, Amorim esteve em Cuba. Em Havana, o chanceler se reuniu com o presidente Raúl Castro e várias autoridades cubanas. Nas conversas, o ministro disse que o Brasil está disposto a intensificar as parcerias com o país.

Uma das ideias é repassar a experiência e o conhecimento sobre desenvolvimento de pequenas e médias empresas, para diminuir o número de informais na economia de Cuba. Amorim costuma afirmar que o diálogo próximo e permanente entre Cuba e Brasil permite que os brasileiros sejam interlocutores diferenciados na busca do fim do bloqueio ao país.

No último dia 17, o ministro das Relações Exteriores de cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou Obama de reforçar o embargo. Segundo o chanceler, as severas restrições fizeram Cuba acumular, ao longo dos anos, um prejuízo de US$ 751,3 bilhões.

Parrilla se queixou de que o embargo impede Cuba de “exportar e importar” bens e serviços livremente. De acordo com ele, o país tem limitações para negociar utilizando como moeda o dólar, assim como não pode usar bancos estrangeiros nem acesso ao crédito de instituições norte-americanas.

Edição: Juliana Andrade