Para economista da FGV, decisão do Copom foi prudente

01/09/2010 - 21h07

Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro - Para o chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas, Samuel de Abreu Pessoa, “faz todo o sentido” a manutenção da taxa de juros básica Selic em 10,75% ao ano. A decisão foi tomada hoje (1º), por unanimidade, pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e foi considerada prudente por Samuel Pessoa.

 

Na avaliação do economista da FGV, o cenário estava muito indefinido, o que justificou manter a taxa no atual patamar. Pessoa observou, olhando o período antes da crise, que “é uma taxa ainda baixa para estabilizar a inflação”. De lá para cá, muita coisa mudou, tanto no mundo como no Brasil. “E a impressão que todo mundo tem é que a taxa de juros no Brasil está em processo de queda”.

 

A taxa de 8,75%, vigente antes do início do processo de elevação dos juros, era baixa demais, afirmou o economista. “Com aquela taxa, a economia ia entrar em um ciclo inflacionário forte”. Disse, entretanto, que a desacelerada da economia registrada no segundo trimestre deste ano, não está associada à elevação dos juros para 10,75% ao ano.

 

“O que o Copom fez foi sair de um nível muito baixo, subiu e, agora, vai ver como a economia reage, para saber se vai ter que subir mais, ficar parado, ou até descer. Porque ninguém sabe hoje para que nível a nova taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira foi”.

 

Pessoa acredita que o Banco Central vai aguardar o cenário inflacionário nos próximos um a dois meses para ver que passos deverão ser tomados mais adiante.

 

 

Edição: Aécio Amado