Para juiz eleitoral de Búzios, urna biométrica é um avanço

21/08/2010 - 14h18

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Armação de Búzios (RJ) - O juiz eleitoral de Búzios, Rafael Rezende das Chagas, ressaltou o ganho de segurança no processo eleitoral com a adoção das urnas que identificam os eleitores por meio da leitura biométrica, que identifica a impressão digital. As urnas biométricas foram testadas hoje (21) nos municípios que irão utilizar o sistema em 3 de outubro. “Com o sistema da biometria fica impossível que o eleitor vote no lugar de outro, que era o único ponto tido como frágil no sistema eleitoral brasileiro. É um projeto que vem de alguns anos pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e que vai ser implementado gradativamente em todo o Brasil”, afirmou Chagas.

Apesar dos casos de dificuldade de identificação biométrica verificados na simulação deste sábado, o juiz afirmou que não haverá atrasos excessivos no dia da eleição. “Não acredito que haverá filas. Nós vamos evitar isso ao máximo, porque no caso de falha na identificação do eleitor o equipamento tem o recurso do mesário liberar a votação através de um código. Ele não vai ser impedido de votar. No dia teremos um critério: se passar muito tempo, vamos para o recurso do código”, esclareceu Chagas.

Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), André Luiz Araújo, o novo sistema não deverá atrapalhar as votações, pois há um número seguro de urnas reservas, que serão usadas em caso de falhas. “A parte inicial foi a mais trabalhosa, com a coleta das impressões digitais de todos os eleitores, mais a fotografia e a revisão dos dados. Nós temos reserva técnica suficiente, em torno de dez por cento do total de urnas. E mesmo que a urna apresentasse problemas, os votos não seriam perdidos. Em último caso, a votação passaria a ser em cédula de papel”, explicou Araújo.

Segundo ele, as novas urnas custam cerca de R$ 11,5 mil. O sensor biométrico tem capacidade de analisar 70 sinais diferentes em cada impressão digital, chamados de minúcias, o que torna impossível haver coincidência de impressão, mesmo entre gêmeos idênticos, segundo o TRE. O sistema reconhece as digitais  de até quatro dedos - polegares e indicadores.

Os resultados da votação simulada, que se deu com candidatos fictícios, serão repassados, a partir das 17h, para totalização no TSE. Em outubro, a votação com identificação biométrica ocorrerá em 60 municípios de 23 estados.

Edição: Vinicius Doria