Furnas diz que Usina de Simplício não prejudica qualidade da água do Rio Paraíba do Sul

30/07/2010 - 19h55

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro – A Usina Hidrelétrica de Simplício, no município fluminense de Sapucaia, atende às recomendações ambientais e sua implantação não prejudica a população nem a qualidade da água do Rio Paraíba do Sul, esclareceu hoje (30) Furnas Centrais Elétricas. A intenção da empresa é manter o cronograma previamente estabelecido para as obras da usina.

Furnas recebeu recomendação do Ministério Público Federal (MPF) em Petrópolis para que adiasse a operação da hidrelétrica, cujo represamento da água deverá ser iniciado em outubro, até que seja concluído o sistema de tratamento de esgoto, por temer riscos ambientais para a região. O sistema de tratamento de esgoto inclui as ligações residenciais no trecho de vazão reduzida, previstas para serem realizadas até dezembro de 2011.

O gestor da Usina de Simplício, Francisco Donha, disse que em reunião realizada no último dia 20, a empresa apresentou ao MPF dados sobre o reflexo da entrada em operação da usina e da estação de tratamento de esgoto.

A licença de instalação concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) previa que a implantação da rede de esgotos fosse feita 100% antes do enchimento do reservatório. Mariângela Danemberg, da Superintendência de Gestão Ambiental de Furnas, afirmou, contudo, que a estatal conseguiu provar ao Ibama que pode encher 40% até setembro, sem causar nenhum problema à qualidade da água do Rio Paraíba do Sul.

“Também cabe esclarecer que isso é um benefício para a população. Porque todos os dejetos da população de Sapucaia são jogados direto no Rio [Paraíba do Sul]. Por conta da construção da usina, foi uma obrigação que o Ibama estabeleceu para a empresa, que a gente coletasse esse esgoto para ele não ser jogado mais no rio”. Frisou que em vez de causar prejuízos, a usina vai melhorar a vida dos habitantes de Sapucaia. “Nós vamos melhorar a qualidade de vida da população”.

Mariângela Danemberg disse que, naquela ocasião, foi apresentada ao MPF uma modelagem matemática da qualidade da água, mostrando que “entre 40% e 80% não iriam interferir para a gente poder encher o reservatório”. A Usina de Simplício precisa encher o reservatório para poder entrar em operação com a primeira máquina, o que deverá ocorrer até dezembro próximo.

No enchimento do reservatório, 40% da rede de esgotos vão estar prontos. Para a operação da usina, deverão estar implantados entre 80% e 100% da rede da área urbana, disse Mariangela Danemberg. Furnas fará também a instalação da rede de esgoto rural. “Mas a exigência é para a área urbana”, afirmou.

Ela deixou claro, também, que Furnas não poderá iniciar o enchimento do reservatório sem antes concluir a implantação do aterro sanitário em Sapucaia. O lixão está situado na calha do rio, onde será feito o reservatório. “A gente não pode encher se não tirar esse lixão”.

Furnas já está construindo um aterro sanitário para receber o lixo dos moradores do município. “E vamos construir mais uma célula para a prefeitura posteriormente usar para catar todo o lixo da população, além desse que já existe lá”, disse Mariângela Danemberg.

 

Edição: Aécio Amado