Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, questionou há pouco a metodologia usada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para calcular o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e que o minério de ferro tenha sido o vilão na alta do IGP-M que teve um salto na primeira prévia de junho e chegou a 2,21%.
Para Agnelli, é uma “coisa maluca” considerar que o preço do minério de ferro interfira no cálculo do valor dos aluguéis. “Dizer que o minério influi na inflação, é dizer que ele interfere no preço do aluguel. E não tem nada a ver uma coisa com a outra. A inflação, para mim, é calculada no que as pessoas pagam e isso [é medido] pelo IPCA”, disse Agnelli após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O que o preço do minério tem a ver com os contratos de aluguel? Não tem nada a ver. Ou se considera para o preço dos aluguéis outro tipo de indicador ou esse índice não serve”, completou.
De acordo com FGV, o item matérias-primas brutas teve alta de 11,26%, ante 0,53% na primeira prévia do mês anterior. Os preços de minério de ferro, que passaram de uma baixa de 2,67% para alta de 75,25%, estão entre as razões para o aumento do IGP-M na primeira prévia deste mês.
O presidente da Vale disse ainda que a alta no preço do minério de ferro fez com que se mudasse a expectativa da balança comercial brasileira, que segundo ele, tinha previsão de baixa.
“O minério de ferro é o maior índice de exportação do Brasil. Se tudo correr bem, a Vale passa a ser a maior exportadora brasileira este ano. Esses recursos que estão vindo de fora estão financiando o investimento da Vale e o maior plano de investimentos da mineração mundial”, afirmou.
Edição: Aécio Amado