Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (28) que as divergências políticas e diplomáticas com os Estados Unidos, em relação ao acordo nuclear firmado com o Irã, não vão atrapalhar as relações diplomáticas históricas entre os dois países mais ricos das Américas. “Não creio. Seria uma atitude infantil dizer [que atrapalharia]. O Brasil tem excelentes, densas, intensas relações com os Estados Unidos. Nós estamos cooperando no Haiti, temos um comércio que une as duas maiores economias do continente americano. Temos excelentes relações e continuaremos a ter“, afirmou Amorim.
Amorim participou do Fórum da Aliança de Civilizações das Nações Unidas. Disse que o Brasil deve agir “conforme sua consciência e livre de possíveis ditames”. Ao lado do chanceler brasileiro estavam os ministros de negócios estrangeiros da Turquia, Ahmet Davutoglu, e da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.
“Você não pode adotar uma política de que quem não está comigo está contra mim. Isso não existe. Nas Nações Unidas você tem que votar de acordo com sua consciência e suas convicções. E agir de acordo com suas convicções. Passou a época em que nós podemos estar sujeitos a esse tipo de diktat. Nós não temos o poder - porque não temos veto - de levar adiante nossas posições como os outros podem. Mas eles não podem impor a nós violentarmos a nossa consciência e violentarmos aquilo que nós obtivemos”.
Amorim não acredita que o Brasil, ao se contrapor à visão dos Estados Unidos e de outras potências mundiais sobre a questão nuclear do Irã, sofra algum prejuízo em sua pretensão de fazer parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Se, para ser membro do Conselho de Segurança, você tiver que ter uma posição subserviente, é preferível não ser”, afirmou o chanceler.
Edição: Vinicius Doria