Vladimir Platonow
Enviado Especial
Concepción (Chile) – Uma tenda na beira da estrada é o que restou para muitos chilenos atingidos pelo terremoto. A família de Juan Ruminot, da cidade de Los Angeles, teve suas casas abaladas pelo tremor e agora tem medo de voltar a morar nos imóveis, que podem cair a qualquer momento. A solução foi montar um acampamento em frente das casas, em um dos acessos à Rota 5, a via principal que liga o Chile de ponta a ponta.
“Estamos desde sábado nesta situação. Ninguém veio nos ajudar. Nem a polícia, nem a prefeitura. Só podemos contar com a colaboração das pessoas que passam por aqui e nos dão algum auxílio”, protestava Juan, que atualmente está desempregado.
“Temos medo de que possa nos acontecer alguma coisa, se houver outro terremoto. Por isso decidimos montar as barracas. Mas é muito ruim, pois além do frio que faz à noite, existe o perigo das crianças serem atropeladas pelos carros”, reclamava a dona de casa Liset Ruminot.
A matriarca, Juana Garrido, mãe de Juan e avó de Liset, estava inconsolável. “Moro aqui desde que nasci. Não tenho outro lugar. Preciso de ajuda para mim e principalmente para os meus netos”, pedia ela.
O foco principal das autoridades está nas cidades mais afetadas da região, como Concepción, Dichato e Constitución, onde se registrou o maior número de mortos e estragos do terremoto. Mas pelo interior do país existem casos com o da família Garrido, que seguem em dificuldades, esquecidas pelo Poder Público.