Tensões entre Brasil e Bolívia estão superadas, diz assessor da Presidência

22/01/2010 - 19h59

Renata Giraldi
Enviada Especial
La Paz (Bolívia) - As tensões entreBrasil e Bolívia por causa das negociações sobre a venda de gás ederivados estão superadas neste segundo mandato do presidenteboliviano, Evo Morales, disse hoje (22) o assessor especial paraAssuntos Internacionais da Presidência da República, Marco AurélioGarcia. De acordo com ele, os incidentes que provocaram ameaças deinvasão às refinarias da Petrobras em território boliviano nãotêm chances de se repetir.“Não existem maistensões. Todas elas foram superadas. Agora o que temos para frente éum cenário de ampliação nas relações bilaterais do Brasil com aBolívia. É isso que há e que eu percebi nas conversas que mantiveaqui [em La Paz, capital administrativa da Bolívia]”,afirmou Garcia.O assessor daPresidência representou o governo do Brasil na cerimônia da segundaposse do presidente da Bolívia, Evo Morales, nesta sexta-feira, emLa Paz. Ele acompanhou a solenidade especial realizada hoje e a deontem (21), na qual Morales foi consagrado líder espiritual dosbolivianos em uma cerimônia indígena.Garcia também sereuniu com autoridades bolivianas. Nas conversas com ovice-presidente do país, Álvaro García, e com o comando daestatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), oassessor afirmou ter recebido informações de que há disposiçãopara a ampliação da parceria sobre o polo petroquímico egasodutos. “As perspectivas são as melhores possíveis.”Em dezembro de 2009, os governos do Brasil e da Bolívia assinaram um acordo que garanteum ganho adicional de cerca de US$ 1,2 bilhão até 2019 para osbolivianos. Pelo tratado, o Brasil se compromete a pagar mais pelasfrações líquidas do gás boliviano – propano, butano e gasolinalíquida.Porém, recentementeMorales cobrou das cinco refinarias estrangeiras em atuação naBolívia, incluindo a Petrobras, que aumentem as pesquisas deexploração em campos de gás e petróleo.Em 2006, Morales chegoua falar em privatizar refinarias da Petrobras localizadas emterritório boliviano. A ameaça não se concretizou porque aPetrobras se comprometeu a aumentar o preço dos produtos compradosdos bolivianos.