Indústria mostra confiança no crescimento da geração de empregos este ano

22/01/2010 - 17h15

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria vairetomar neste ano o crescimento na geração de empregos. A avaliaçãoé feita tanto por empregados quanto por patrões, que se mostram confiantes na criação de mais postos de trabalho nos próximosmeses, com base na retomada de investimentos e projetos prevista para2010. O gerente de Política Econômica da Confederação Nacional daIndústria (CNI), Flávio Castelo Branco, por exemplo, aposta que aindústria vai liderar o crescimento econômico neste ano.“Osetor industrial vai liderar o crescimento, motivado pelo mercadodoméstico para atender à demanda tanto de consumo das famíliasquanto de investimentos, que vai reagir mais fortemente”, afirmouCastelo Branco. No entanto, acrescentou o economista, “o mercadoexterno vai ser um fator limitativo, mas o crescimento da indústriavai refletir em novas contratações”.Ele destacou que, noano passado, todos os setores industriais, com exceção do dealimentos e bebidas, sofreram com a perda de empregos. Entre os maisafetados, citou os de madeira, material elétrico, telecomunicações,equipamentos de transporte e veículos automotores e têxteis. Opresidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre,ressaltou que o crescimento das oportunidades de emprego na indústriapode ser observado desde o fim do ano passado. No entanto, algunssetores, como o de máquinas, demoram um pouco a reagir. “Algunssetores têm um processo de maturação para reagir, mas a procurapor projetos tem sido grande”, disse Nobre. Ele mostrou-se,contudo, preocupado com o crescimento das importações. Existe umagrande quantidade de produtos encalhados fora do Brasil e háinteresse de vendê-los para um país que esteja crescendo, caso emque o Brasil se encaixa, explicou o sindicalista. “Isso nospreocupa, porque, no nosso caso, o principal setor é o de autopeças.E o que pode acontecer é termos um ano muito bom em produção, mascom peças vindo de fora. Como o setor de autopeças é significativopara a nossa categoria, podemos ter problemas aqui em relação aoemprego”, afirmou Nobre.Segundo ele, as montadoras estãocomeçando a contratar funcionários e a retomar os investimentos,mas é necessário que as peças para os veículos automotores sejamfeitas pela indústria nacional, e não lá fora. “As empresassempre dizem que, para fornecer peças e equipamentos, deve-se levarem conta preço e qualidade .No entanto, na crise, como as matrizesestão com problemas, a prioridade é a matriz resolver seu problema,mas as matrizes estão mandando peças de lá para cá.”Aindústria de transformação foi um dos setores que mais demoraram aregistrar saldo positivos de emprego em 2009. Conforme dados doCadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministériodo Trabalho, apenas em abril, com a criação de 183 empregos, aindústria de transformação teve saldo positivo de contratações,desde o início da crise financeira internacional, em setembro de2008. Nos meses seguintes, a indústria registrou somentesaldos positivos de contratações – a exceção foi dezembro, queregistrou déficit de contratações, com o fechamento de 166.040postos de trabalho. No fim do ano, a indústria fechou com saldopositivo de 10.856 novos empregos. No total, o ano de 2009 fechoucom a criação de mais de 995 mil novos empregos com carteiraassinada.