Bolívia aumenta crescimento econômico e implementa ações sociais

22/01/2010 - 7h41

Renata Giraldi
Enviada Especial
La Paz (Bolívia) - Nos últimos quatro anos, a Bolívia cresceueconomicamente, em média, cerca de 4,5% ao ano. Para garantir amanutenção desse percentual com chances de elevação, o presidente EvoMorales investiu no aumento dos preços das commodities (produtosagrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) das empresasmineradoras, fortaleceu a estatal Yacimientos Petrolíferos FiscalesBolivianos (YPFB) – que lida com gás e derivados - e fechou váriosacordos de cooperação internacionais. Também aplicou em programassociais.Morales conseguiu ainda que o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) perdoasse a dívida externa da Bolívia. Em 2008, oBID anunciou o perdão de US$ 1.044 bilhão. Para o fortalecimento da YPFB,Morales aplicou aproximadamente US$ 1 bilhão, recursos das reservasinternacionais. Na área social, o presidente implementou o Programa deErradicação de Extrema Pobreza (Peep), que reúne três grandes ações baseadas no pagamento de bônus para  segmentos específicos.OPeep desenvolve ações que visam à melhoria da qualidade de vida dosaposentados, das mães que amamentam os filhos e das famílias que mantêmcrianças e adolescentes nas escolas. Os pagamentos dos bônus sãomensais, semestrais e anuais, dependendo de cada caso.As ações beneficiam diretamente os indígenas e seus descendentes, que pertencem, emgeral, às camadas mais pobres da população. Dados oficiais indicam quedos cerca de 9 milhões de bolivianos, pelo menos 3,6 milhões pertencema 37 grupos étnicos indígenas. Segundo as entidades de apoio aindígenas, mais de 70% vivem na pobreza.Em busca da melhoria daqualidade de vida dos mais pobres, meta que colocou como desafiodurante sua campanha em 2005, Morales busca parceiros internacionais.Só em 2008, segundo o Banco Mundial, os acordos de cooperaçãointernacional firmados pelo governo boliviano garantiram cerca US$ 400milhões de investimentos na Bolívia.Ao contrário da maioriados países, a Bolívia não foi duramente afetada pela crise financeiramundial de 2009. Pelos estudos do Banco Mundial, o baixo acesso aomercado financeiro internacional tornou a Bolívia pouco vulnerável àcrise financeira que afetou o restante do mundo. Segundo  análises doorganismo, o mercado doméstico boliviano tem condições de cobrir a maior parte das necessidades privadas de crédito.Apenaspara financiar os programas do governo nas áreas de desenvolvimentohumano, sustentável produtivo e de fortalecimento do Estado, o BancoMundial destinou US$ 167 milhões para a Bolívia entre 2008 e 2009.Esse valor, porém, deveria ter um acréscimo de US$ 47 milhões nos primeiros meses deste ano para colaborar na implementação de programas sociais.