Entidades protocolam carta de apoio ao programa de direitos humanos

14/01/2010 - 14h43

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dezenas de entidades, movimentos e militantes de direitoshumanos protocolaram na tarde de hoje (14) no escritório da Presidênciada República em São Paulo uma carta de “apoio integral” à terceiraversão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado pelogoverno federal no final de dezembro de 2009.Dezenasde cartazes com fotos de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar foram levantados pelos manifestantes em frente à representaçãoda Presidência da República na Avenida Paulista. Faixas pela liberdadede expressão e contra a violência às mulheres também foram estampadas.Os militantes pediram, em coro, a saída do ministro da Defesa, NelsonJobim.“Entendemos que esse programa, aprovado durante a 11ªConferência Nacional de Direitos Humanos (2008), constitui importantepasso para o Estado assumir plenamente a bandeira dos direitos humanoscomo política pública”, diz trecho do documento assinado pelo grupoAnistia Nunca Mais, Associação Juízes para a Democracia, Sindicato dosJornalistas de São Paulo, entre outras.A carta ainda destacaque o programa “coloca o dedo na ferida” de questões como a propriedadeprivada; a tortura realizada pelo regime militar, e a sua permanêncianos dias atuais. “[O PNDH aborda questões como a existência de] setorescivis e militares que insistem em ocultar a verdade sobre o período daditadura militar e em tentar inviabilizar a memória desse período comobem público”, diz o documento.As entidades ainda manifestaram apoio ao ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.“Édescabido o tamanho dessa reação contrária. Essa reação contrária só demonstra a intransigência de certos grupos em debater o tema. Éesse o problema, alguns grupos não querem nem ao menos abrir apossibilidade de que esses assuntos sejam abertamente discutidos pelasociedade brasileira”, afirmou o presidente do Sindicato dosJornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo.