Caixa e BNB emprestaram no ano passado R$ 3 bilhões a pequenos empreendedores

14/01/2010 - 13h46

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pessoas com rendade até R$ 1,5 mil por mês e pequenos empreendedores são osprincipais clientes do microcrédito no país. Segundo o gerentenacional de Aplicação Pessoa Física da Caixa Econômica Federal,Jorge Pedro de Lima Filho, no ano passado, o total concedido nessamodalidade de crédito em 2009 foi de quase R$ 1 bilhão.“Sãoclientes de baixa renda, que não têm conta corrente comum, têmconta corrente simplificada. Quando eles abrem essa contasimplificada, recebem em casa um oferecimento de crédito para usaremquando necessário. Até R$ 1,5 mil, mas a maioria [dos cliente]é de um a dois salários mínimos”, disse.No caso dosempreendedores, explicou Lima Filho, quem usa esse tipo de créditosão os pequenos empresários. “São os donos dos pequenosempreendimentos, são os donos de lojinhas de cachorro quente,pequenas mercearias, costureiras.”De acordo com osuperintendente em exercício Área de Microfinança Urbana do Bancodo Nordeste (BNB), Marcelo Azevedo, no ano passado, a instituição atendeua mais de 520 mil empreendedores e, assim como na Caixa, a maioriafoi de micro e pequenos empresários. Além disso, há entreos clientes do banco pessoas que trabalham na informalidade. “Grandeparte dos nossos clientes são mulheres, e esses empreendedorescostumam trabalhar na informalidade. São sacoleiros, artesãos e donos de lanchonetes, pequenas mercearias e pequenas indústrias”,acrescentou Azevedo.Ele disse que a maioriados empreendedores que procuram o microcrédito tem dificuldade paraobter crédito em outros bancos. Esse crédito é usado normalmentepara capital de giro, para que os tomadores possam dar mais prazo navenda do produto e diversificar seus estoques. No anopassado, o Banco do Nordeste emprestou mais de R$ 2 bilhões parapequenos empresários. Azevedo observou que o nível deinadimplência nesse tipo de empréstimo é baixo: 1,6% do total dacarteira, considerando atrasos de 90 dias.Azevedo citou umestudo publicado pelo banco, no qual verificou-se que, em cinco anos,cerca de 60% dos clientes que estavam em situação de pobrezaconseguiram sair dessa condição. “Isso mostra que o programa éeficaz em termos de geração de renda e de redução dasdesigualdades.” O Programa Nacional de MicrocréditoProdutivo Orientado tem como objetivo incentivar a geração detrabalho e renda entre os microempreendedores populares e dar apoiotécnico às instituições de microcrédito produtivo orientado parafortalecer a prestação de serviços a esse tipo de cliente.