Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - “De repente, foi como se uma ondapassasse pelos nossos pés e tudo começou a tremer. Corremos pro meio darua e durante mais ou menos um minuto entre gritos e coisas caindo,ficamos perto um do outro. As pessoas começaram a levantar os braçosgritando 'Jesus' e 'Bon Dieu', um posto de gasolina explodiu na quadraao lado e feridos apareciam aos montes, dentro e fora dos escombros.”O relato é do estudante Rodrigo Bulamah que faz parte do grupo de oito pesquisadores da Universidade Estadual deCampinas (Unicamp) que está na cidade de Porto Príncipe (Haiti). As informações foram publicadas em um blog dospesquisadores (http://lacitadelle.wordpress.com/).O grupo, coordenado peloprofessor Omar Ribeiro Thomaz, do Instituto de Filosofia e CiênciasHumanas (IFCH), passa bem, segundo informações da assessoria da universidade.A equipe, formada por seis alunos de graduação, uma mestranda e oprofessor, viajou ao Haiti com o objetivo de treinamento em pesquisa de campo emsituações de conflito e pós-conflito, numa parceria com o Programa dePós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Jáfalamos com o exército e estamos tentando entrar em contato com aembaixada. Provavelmente, sairemos daqui em algum tipo de evacuação.Mas o que vai ficar para os haitianos é a grande questão… Ontem,dormimos no jardim da casa [da ONG Viva Rio, onde estão hospedados] aosom dos cantos de pessoas que velavam seus parentes e vizinhos. Porsorte, acordamos e ainda enxergávamos”, disse o estudante no blog.