Comissão reconhece anistia para Luiz Carlos Prestes Filho

13/01/2010 - 16h09

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por unanimidade, aComissão de Anistia do Ministério da Justiça reconheceu LuizCarlos Prestes Ribeiro Filho como anistiado político e pediudesculpa formal pela perseguição que ele sofreu durante a ditaduramilitar (1964-1985).“Hoje é o dia do Estado se dirigir a essas pessoas e familiares epedir desculpas”, disse o presidente da comissão, Paulo AbrãoPires, no início da primeira sessão da Anistia Cultural que ocorreno ano.Primeiro anistiado na sessão, Luiz Carlos é filho doprincipal líder comunista brasileiro do século 20, Luiz CarlosPrestes. Por causa da repressão política durante a ditadura, ele esua família acompanharam o pai durante o exílio na então UniãoSoviética, entre 1970 e 1979. “É inegável a perseguiçãoimposta pelo Estado brasileiro ao requerente”, disse o relatorEgmar José de Oliveira. O parecer de Egmar José reconheceu acondição de anistiado, o direito à indenização de R$ 100 mil(valor máximo) e os diplomas de graduação e mestrado que LuizCarlos obteve na União Soviética na área de cinema eTV.Emocionado, Prestes Filho disse que ficou “impressionado”pela maneira que foi tratado como cidadão pela comissão e disse que“é melhor morrer em pé do que viver ajoelhado”. Ele dedicou aanistia à mãe, Maria do Carmo Ribeiro, que estava presente, erevelou que só recentemente contou à família que havia entrado como processo na Comissão de Anistia. Ele é o primeiro filho dePrestes a fazer o pedido de anistia. Preste teve dez filhos.AComissão de Anistia analisará mais 15 processos, além do dePrestes Filho. Entre eles, estão os de João Vicente FontellaGoulart e Denise Fernandes Goulart, filhos do ex-presidente JoãoGoulart, e José Vicente Goulart Brizola, Neusa Maria Goulart Brizolae João Octavio Goulart Brizola, filhos do ex-governador do RioGrande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola.No próximodia 20, haverá nova reunião da comissão, que, no dia 5 defevereiro, levará o projeto educativo Caravana da Anistia a SãoPaulo para tratar da perseguição a trabalhadores metalúrgicosdurante a ditadura militar (1964-1985).