Brasileiro no Haiti diz que cenário é de guerra após terremoto

13/01/2010 - 16h17

Da Agência Brasil

Brasília - Ocenário na capital do Haiti, Porto Príncipe, é de guerra, de acordocom o ativista da organização não governamental (ONG) Viva Rio, Flávio Soares. Em entrevista à agênciaportuguesa Lusa, Soares disse que a cidade “está devastada, um caos”. Elee mais 15 pessoas, entre integrantes da ONG e pesquisadores daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp), estão abrigados em umacasa do Viva Rio sem poder sair. “Está um caos. Muitos prédiosdesmoronaram, tem muita gente disputando comida, os mercados fecharam,muitas pessoas estão nas ruas, feridas, pessoas mortas sendocarregadas. A população precisa de ajuda urgente, há pessoas aindavivas sob escombros, uma tristeza só”, descreveu. O brasileirorelatou ainda que o risco de saques é iminente. “O clima é deinsegurança. Temos luz e conseguimos comprar água, mas estamos semtelefone e tentando comprar comida. Não temos uma grande quantidadede mantimentos”, afirmou.Soares disse que ainda não conseguiucontato com a embaixada brasileira que também foi atingida noterremoto. “Estamos tentando entrar em contato com alguém da embaixadapara avisar que estamos aqui e para ter alguma orientação. Pelo que parece, as tropas ainda não estão nas ruas”, relatou.O brasileiro coordena um projeto de capoeira com jovens haitianos e disse não ter tidonotícias de nenhum de seus alunos. Mesmo com a tragédia, Flávio Soaresdisse que vai ficar no Haiti e não pretende voltar ao Brasil. “Nãopodemos abandonar as pessoas no momento em que elas mais precisam. Maisque comida e água, elas necessitam de solidariedade, que olhemos nosolhos delas e demonstremos que estamos juntos, que lutamos juntos”,declarou.Desde 2007, o Viva Rio atua no Haiti em projetosintegrados de segurança e desenvolvimento para a redução da violência ede desmobilização de grupos armados na capital, Porto Príncipe.