Candidatos à Presidência do Chile conversam com Lula

12/12/2009 - 9h47

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Três dos quatrocandidatos à Presidência do Chile estiveram com o presidente LuizInácio Lula da Silva e manifestaram interesse em estreitar asrelações com o Brasil. Nem mesmo as diferenças partidáriasdividiram os candidatos no momento em que buscam a aproximação como Lula. De acordo com interlocutores, todos demonstraram respeito esimpatia pelo brasileiro.O primeiro a seencontrar com Lula foi o ex-presidente e candidato Eduardo FreiRuiz, da coligação Concertación, que conta com o apoio dapresidente Michelle Bachelet. Depois, foi a vez do independente MarcoEnriquez-Ominami Gumucio, que abandonou a coligação Concertaciónpara se lançar na disputa presidencial. O último a falar com Lulafoi o candidato da oposição Miguel Sebastián Piñera, dacoligação Alianza (centro-direita).O único candidato quedisputa a sucessão no Chile que não esteve com Lula foi JorgeArrate, da aliança Juntos Podemos Mais, também de esquerda. Segundoassessores do presidente brasileiro, Arrate não pediu audiência comLula.Amanhã (13), cerca de9 milhões de chilenos vão às urnas para escolher o sucessor deBachelet. De acordo com pesquisas de opinião, haverá segundo turno,marcado para 17 de janeiro. Porém, para negociadores brasileiros,independentemente do vitorioso, as relações com o Brasil ficarãoinalteradas.A relação política eeconômica do Brasil com o Chile vêm desde o século 19, dos temposde Pedro II. O comércio bilateral é intenso entre os dois países eatingiu, em 2008, US$ 8,9 bilhões. Os brasileiros vendem aoschilenos petróleo, aparelhos de telefones celulares e ônibus. DoChile, o principal produto comprado é o cobre, depois o metanol esalmão.O Brasil é o principalparceiro econômico do Chile na América Latina e exerce papelfundamental de interlocutor com os argentinos e peruanos, uma vez queos chilenos têm divergências históricas com esses dois países.Ontem (11), apresidente Bachelet reuniu os embaixadores estrangeiros no Chile.Mais uma vez, ela reiterou a preocupação em ampliar as relaçõescom os países vizinhos e a importância de unidade na AméricaLatina. De acordo com diplomatas brasileiros, a presidente chilenaatua para aproximar seu país da região, ao contrário de seussucessores, cujo esforço era o de estreitar laços com os EstadosUnidos e a União Europeia.